segunda-feira, 23 de maio de 2011

Memorial Progestão Módulo IX

Fazendo minha inscrição.



PROGESTÃO MÓDULO IX
PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO PARA GESTORES ESCOLARES
Como desenvolver a avaliação institucional da escola?
TUTORA: Christiany Coelho Teixeira Grassi
Cursista: Flávio Pereira Peixoto

MEMORIAL
A avaliação é uma ferramenta imprescindível em qualquer instituição de ensino. Deve ser usada continuamente em nossa prática pedagógica como instrumento de transformação e aperfeiçoamento em vez de destruição da auto-estima, punição ou crítica pública.
Partindo dessa premissa, a Secretaria da Educação e as equipes do Progestão de Itabela, tomando emprestada a idéia do Módulo IX propuseram, naturalmente, com o apoio de toda a comunidade escolar, um dia para Avaliação Institucional de todas as unidades públicas de ensino do município. A maioria dos veículos de comunicação da cidade (rádios, sites, carros de som etc.) anunciaria incansavelmente a data do evento; Equipes formadas por professores e alunos se mobilizariam para promover o evento com faixas, cartazes e convites. 
A nossa Equipe do Colégio Augusto Costa, após os estudos individuais, reuniu-se algumas vezes e, finalmente, completou sua missão.



                Mas a tarefa, embora bem planejada, não foi tranqüila. Vários eventos importantes se sucederam até completarmos nosso objetivo. Essa experiência enriquecedora nos mostrou a veracidade do provérbio “faça planos, mas não planeje resultados”.
             Enfrentamos muitos contratempos e obstáculos desalentadores no decorrer desta unidade: um membro de nossa equipe desistiu do curso, perdi uma reunião importante por incompatibilidade de horários, uma professora de nossa escola estava deprimida por causa da perda de um ente-querido e, por fim, nossa intrépida tutora precisou ausentar-se também para se restabelecer emocionalmente. A atmosfera de tristeza quase nos imobilizou. Quase. As palavras de Martin Luther King serviram de consolo e fortalecimento durante os estudos: “É melhor tentar e falar do que se preocupar e ver a vida passar. É melhor tentar, ainda que em vão, do que sentar-se fazendo nada até o final. Eu prefiro na chuva caminhar a em dias tristes em casa me esconder. Prefiro ser feliz embora louco, que em conformidade viver.” Mais tarde, as palavras encorajadoras de King passariam a ter maior significado na minha vida como educador.
Nossa plantinha está dando frutos.



O dia D estava para configurar uma das maiores frustrações que eu já havia presenciado. Dormi mal. O dia começou chuvoso. Chovia torrencialmente. Não havia movimentação nas ruas. A cidade estava encharcada. (Itabela é uma cidade triste em dias de chuva). Percorri as ruas com descrédito (nem meu celular tinha crédito). Meu coração acelerava-se. Eu me perguntava: Será que fizemos todo o possível?

Sim, fizemos. Discutimos bastante em equipe sobre os princípios e finalidades selecionando um plano de ação baseado nos critérios: visão da totalidade, participação coletiva, planejamento e acompanhamento. No processo de sensibilização dos moradores (algo bastante comentado nos bairros) confeccionamos cartazes, faixas, convites e gravamos spot comercial. No questionário, perguntas relacionadas ao ambiente educativo, prática pedagógica, espaço físico, gestão escolar, ensino e aprendizagem e etc. afetava todos os segmentos. Os pais não poderiam faltar. 

Cheguei ao colégio, naquela manhã, com alguma dificuldade por causa da chuva. Todavia, aquela era a menor de minhas preocupações. Estava com medo. Medo de ser surpreendido com o pátio da escola “quase vazio”. Medo da frustração. Medo do desânimo. Medo de não acreditar no trabalho coletivo. Medo de encarar minha equipe e dizer: “Poxa, valeu gente. Os pais não puderam vir por causa da chuva... Da próxima vez, a gente pede uma ajudinha a São Pedro”.

Não obstante, o dia 08 de Abril, sabiamente tematizado como “O Dia D da Educação de Itabela”, foi um marco para os alunos, pais, professores, gestores e, indubitavelmente, para toda a comunidade educativa. A população jamais havia presenciado um diagnóstico educacional com essa proporção. Em todo o ambiente havia um clima de hospitalidade. No dia do encontro, os presentes esboçavam um sorriso comovente de satisfação. Cada expressão da platéia evidenciava o propósito daquele encontro _ transformação e aperfeiçoamento. Ninguém estava ali para investigar a equipe escolar com objetivo de puni-la mais tarde. Tampouco se pretendia criticar negativamente o trabalho dos profissionais e/ou sua prática pedagógica. A finalidade era tão somente diagnosticar possíveis dificuldades para tentar resolve-las a posteriori, com dialogo e livre expressão de idéias. Identificar as coisas positivas, para fortalecê-las e ampliá-las. 


 Os professores que mediaram os debates de grupos não enfrentaram problemas graves. Não houve tumultos, aglomerações, tampouco confrontos acalorados. A votação nas plenárias aconteceu segundo o modelo previamente estabelecido pelas equipes do Progestão. Os futuros gestores puderam exercer seu poder de liderança durante todo o processo (criação, divulgação, implementação e discussão). Cada grupo, em sua escola, ajudou na organização do espaço, equipamento de som, confecção dos cartões de votação (verde, amarelo e vermelho), orientação dos grupos de debate, plenárias e etc. E, para aplacar meu sofrimento _ os pais compareceram.


Fiquei arrepiado quando uma mãe comentou que estava se desdobrando para estar presente naquele encontro. (Ela explicou que é mãe de três filhos matriculados em escolas diferentes e precisava participar das três reuniões.) Aquelas palavras soaram pra mim como fogo. Quanto entusiasmo! Os pais atenderam o nosso chamado porque também entenderam a importância da avaliação. Estavam prontos para participar. Nem mesmo a chuva foi capaz de impedi-los.

 Provavelmente, há muito tempo (na minha concepção), após algumas frustradas tentativas de dialogo, sem pesquisa ou análise, criou-se um rótulo injusto para os pais de filhos que se acham matriculados nas instituições públicas. Há professores que se refreiam em convidar pais para discutir o PP ou para participar de processos avaliativos da escola por que entendem que “estes” se abdicaram do papel de autores da formação educacional dos filhos. Entretanto, o módulo IX, a fim de quebrar esse paradigma, trouxe-nos a proposta da avaliação institucional. Uma tarefa desafiadora que mobilizaria toda a comunidade local. Frisou-se a importância da inclusão dos pais nas decisões. Ficamos realmente denodados para esta incumbência. Acho que as palavras iniciais do Módulo IX, do Poeta e Dramaturgo Bertold Brecht refletem meus sentimentos em relação a essa experiência: “(...) não digam nunca isso é natural. Sob o familiar, descubram o insólito. Sobre o cotidiano, desvelem o inexplicável. Que tudo que é considerado habitual provoque a inquietação.” 


Essa experiência abriu minha mente para algo que percebo faltar em muitas equipes escolares da rede de ensino público de Itabela: ambiente estimulante. A unidade 5, página 124 afirma que ”um ambiente estimulante não acontece por acaso: é uma sinfonia, resultado de construção coletiva, sob a batuta de um diretor competente e apaixonado pela educação.” Não concordo inteiramente com essa afirmação. Há fatores externos que influenciam grandemente nossa motivação como parte de uma equipe escolar. Fatores que nos inquietam. Fatores habituais como disse o dramaturgo. Fatores questionáveis. Que extravasam aquilo que um gestor competente e apaixonado pode fazer.  Acho que os autores desse curso são, até certo ponto, utópicos em relação a nossa prática pedagógica. Compreendo que estão tentando nos motivar. Mas tal afirmação é irrealística. Não condiz com as palavras de Brecht. E é também contraditória. Pois ao mesmo tempo em que os autores afirmam haver uma inter-relação de todos os segmentos para se chegar a um objetivo comum, destitui o prefeito quando fala da sinfonia. Devo excluir o Gestor Público da orquestra? Vejo muitos bons profissionais de mãos atadas em minha cidade por causa da visão distorcida de políticos. O que um gestor pode fazer, sem correr o risco de ser exonerado do cargo, quando descobre que um político altivo usa o poder de forma indevida para interferir em suas decisões? Como agir diante de um Gestor Público que não possui a mesma mentalidade positiva e construtiva de um gestor escolar? E se um deslize da administração municipal interfere diretamente no trabalho da Secretaria da Educação? 

Equipe do Augusto Costa (eu fotografei).
 Não vou me prolongar nessas questões para não apagar o efeito positivo que essa unidade me causou. Vou-me espelhar nos bons exemplos. Minha tutora apresentou-se no dia da atividade socializadora para se confraternizar conosco. Trouxe presentes. Encorajou-nos. Todos foram estimulados por esse gesto altruísta.
Ademais, usaremos os resultados dessa avaliação para construir nosso Projeto Pedagógico na próxima unidade. De fato, esse sempre foi o nosso foco quando discutimos sobre a visão da totalidade. As respostas do questionário expõem nossas dificuldades e as coisas positivas acerca da realidade de nossa escola. Cabe a nossa equipe colocar em prática as sugestões desse módulo para construir nosso PP e tornar o processo de avaliação parte integrante de nosso cotidiano escolar.
                                                                                       
 Por Flávio Peixoto


Maria D’Ajuda, Flávio, Iranildes, Goreti, Suelen, Chris (Tutora) e Gielizete.
i
  

6 comentários:

  1. Gostei muito do seu memorial. Você tem os outros memoriais dos módulos?
    Caso tenha mande para o meu email: flafla_souza@hotmail.com

    ResponderExcluir
  2. Oi Flavio, sou curcista do Progestão e gostei muito do seu memorial, gostaria de pedir-lhe que mim envie os dois memorias dos módulos 01 e 02 para que eu possa embasar para construir os meus, pois tenho dificuldades....

    No aguardo...

    Celia....

    Abraços...

    ResponderExcluir
  3. Meu E-mail:esperanca63@hotmail.com, para que vc possa se possível me ajudar enviando os memoriais dos módulos 01 e 02.
    Abraços..
    Célia.

    ResponderExcluir
  4. esperanca63@hotmail.com

    Abraços...

    Célia...

    ResponderExcluir
  5. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  6. Muito legal seu blog
    Parabéns
    Gillmonteiro@yahoo.com.br

    ResponderExcluir